«Durante os primeiros séculos da época cristã, as Espanhas foram invadidas pelos bárbaros e os mouros, que ultrajavam altares católicos e despedaçavam Imagens santas. O povo, aflito e magoado, fazia o possível para proteger os símbolos da Fé, escondendo-os ou enterrando-os em lugares secretos e difíceis de encontrar.
Ora, em princípios do século XV, houve na França um monge, por nome Simão, que alguns chamavam "Rochão" e outros "Vella", a quem foi revelado que, no cume de uma Serra em Castela a Velha, jazia uma imagem da Mãe de Deus. Esta serra, perto de Ciudad Rodrigo, era chamada já de tempo antiquíssimo, a Peña de Francia por terem lá vivido durante alguns anos, franceses refugiados de uma perseguição. Apesar da viagem ser longa, o monge Simão não hesitou. Deixou o seu país, e por fim chegou à serra, escarpada e íngreme. Subiu, com a ajuda de Deus e de Nossa Senhora, até ao cume, aonde cavou, e desenterrou a Imagem. A pequena ermida, tosca e humilde, que o monge Simão construiu no lugar da descoberta, tornou-se célebre, graças aos milagres e favores celestes concedidos pela Senhora, que tomou o título de NOSSA SENHORA DA PENHA DE FRANÇA.
Apesar de ter de pagar este tributo à humanidade, e dos prodígios que Nª Srª da Penha começara a fazer às gentes de todas as nações, o monge Simão nunca se quis separar da veneranda imagem bizantina que descobrira. Foi por isso, que só depois da morte do monge é que se erigiu no mesmo sítio um templo digno da Mãe de Deus. Templo erigido pelos religiosos de S. Domingos, para conservar um magnífico e respeitoso culto. Eram inumeráveis os peregrinos, não só das Espanhas como de outras nações, que iam visitar - em todas as épocas do ano - a Imagem milagrosa, no seu altar, no cume desabrido da Peña de Francia, sombrio até no verão, e nevoso no inverno».
(in Notícia Histórica da Nossa Senhora
da Penha de França e da capela da Penha,
Padres Franciscanos Capela da Penha,
Funchal, 1970, pp. 3-4)
ORAÇÃO À SENHORA DA PENHA DE FRANÇA
Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha,
em cujas mãos depositou Deus todos os tesouros das suas graças, constituindo-vos, amorosa e larguíssima dispensadora
a todos os que a vós recorrem com viva fé.
Eis-me cheio de esperança no vosso eficacíssimo patrocínio, solicitando, humildemente, vossa proteção e amparo.
Ah! Não negueis o vosso favor.
Ó querida Mãe, a este(a) vosso(a) amoroso(a),
embora indigno(a) filho(a).
Recordai-vos, ó Senhora da Penha,
que nunca se ouviu dizer
que algum dos que em vós tem depositado toda a sua esperança, tenha ficado iludido.
Consolai-me, pois, ó amorosíssima Senhora,
com vossas graças que tão instantemente peço,
a fim de continuar a honrar-vos na terra,
com meu cordial reconhecimento
até que possa, um dia, no céu, mais dignamente agradecer-vos todos os benefícios recebidos, nos séculos dos séculos.
Amen
Rezam-se em seguida 3 Avé Marias